- Área: 76500 m²
- Ano: 2006
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Fotografias:Clément Guillaume, Roland Halbe, Philippe Ruault
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Fabricantes: Eutrac, Goppion
Descrição enviada pela equipe de projeto. O projeto trata-se de um museu construído em torno de uma coleção específica, onde tudo é feito para evocar uma resposta emocional ao objeto primário, protegê-lo da luz, mas também capturar aquele raro raio de luz indispensável para fazê-lo vibrar e despertar sua espiritualidade. Em um lugar habitado por símbolos de florestas e rios, por obsessões de morte e esquecimento, ele se torna um asilo para obras censuradas e arrematadas da Austrália e das Américas. É um lugar carregado e assombrado por diálogos entre os espíritos ancestrais dos homens que, ao descobrirem sua condição humana, inventaram deuses e crenças. É um lugar único e estranho, poético e inquietante.
Sua arquitetura deve desafiar nossas atuais expressões criativas ocidentais com estruturas, sistemas mecânicos, paredes cortina, escadas de emergência, parapeitos, forros, projetores, parapeitos, mostruários. Se suas funções devem ser mantidas, elas devem desaparecer de nossa visão e de nossa consciência, desaparecer diante dos objetos sagrados para que possamos entrar em comunhão com eles. Isto é, claro, fácil de dizer, mas difícil de materializar...
A arquitetura resultante tem um caráter inesperado. É um objeto arcaico? Uma regressão? Não, muito pelo contrário pois, para obter este resultado, são utilizadas as técnicas mais avançadas: as janelas são muito grandes e muito transparentes, e muitas vezes impressas com fotografias enormes; altos pilares colocados aleatoriamente poderiam ser confundidos com árvores ou totens; os filtros solares de madeira suportam células fotovoltaicas. Os meios não são importantes - são os resultados que contam: o sólido parece desaparecer, dando a impressão de que o museu é um simples abrigo sem fachada no meio de um bosque. Quando a desmaterialização encontra a expressão de sinais, ela se torna seletiva; aqui a ilusão embala a obra de arte.
Tudo o que resta é inventar a poesia do local por uma discrepância suave: um jardim parisiense se torna um espaço sagrado, com um museu se dissolvendo em suas profundezas.